sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Cenas Camponesas Oferece Oficinas de Formação em Escola do Campo no Quilombo Brejão dos Aipins.


O Teatro do Oprimido é mais que uma forma de representação da realidade de opressão cultural, econômica, política, social, estrutural e cotidiana; configura-se como uma experiência imaginativa e criativa de superação das situações de opressão. Para além de uma análise do passado e do presente, é um dispositivo de preparação e reinvenção do futuro, podemos dizer que o teatro é como uma arma, da qual os indivíduos devem se apropriar, para representar e/ou estudar o mundo a partir do pensamento crítico e dialético que possibilita a construção de um novo olhar.

Pensando nisso, o coletivo Cenas Camponesas tem se empenhado em oferecer oficinas culturais de socialização dos meios de produção teatrais junto a povos e comunidades camponesas afetados pelas desigualdades que capitalismo, o patriarcado e o racismo produzem.

A última oficina desenvolvida com esse propósito ocorreu dia 11 de outubro de 2019, durante o Seminário Integrador da LEDOC, na Escola do Campo do Quilombo Brejão dos Aipins, localizada no município de Redenção do Gurguéia/PI.

 O objetivo da oficina foi oferecer noções básicas sobre o Teatro do Oprimido , a de modo que os participantes pudessem refletir sobre a forma, o conteúdo e o modo de produção da arte com finalidade poética e política.

As oficinas contaram com a participação dos alunos da Unidade Escolar Filomena Nunes, que se envolveram em jogos e exercícios de relaxamento e ativação dos sentidos, desmecanização do corpo, aquecimento e educação da voz, cenas de teatro imagem e teatro fórum. 

Na roda de conversa que encerrou a atividade, os presentes expressaram que a oficina foi uma experiência de enriquecimento cultural cara cada um, contribuindo com o direito de todos à expressão e ao movimento e à análise de inúmeras situações de racismo sofridos pela população quilombola. Além disso, os presentes destacaram o teatro como uma forma de socialização, alegria, superação do medo de falar, e como um meio de desenvolvimento do trabalho coletivo. Por fim, apontaram nunca tinham tido contato com teatro que não fosse a encenação de histórias folclóricas, sugerindo que o ensino de artes na escola poderia ser reforçado com o teatro do oprimido, com o qual se identificaram.


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