O
Teatro do Oprimido é mais que uma forma de representação da realidade de
opressão cultural, econômica, política, social, estrutural e cotidiana;
configura-se como uma experiência imaginativa e criativa de superação das
situações de opressão. Para além de uma análise do passado e do presente, é um
dispositivo de preparação e reinvenção do futuro, podemos dizer que o teatro é
como uma arma, da qual os indivíduos devem se apropriar, para representar e/ou
estudar o mundo a partir do pensamento crítico e dialético que possibilita a
construção de um novo olhar.
Pensando
nisso, o coletivo Cenas Camponesas tem se empenhado em oferecer oficinas
culturais de socialização dos meios de produção teatrais junto a povos e
comunidades camponesas afetados pelas desigualdades que capitalismo, o
patriarcado e o racismo produzem.
A
última oficina desenvolvida com esse propósito ocorreu dia 11 de outubro de
2019, durante o Seminário Integrador da LEDOC, na Escola do Campo do Quilombo
Brejão dos Aipins, localizada no município de Redenção do Gurguéia/PI.
O objetivo da oficina foi oferecer noções
básicas sobre o Teatro do Oprimido , a de modo que os participantes pudessem
refletir sobre a forma, o conteúdo e o modo de produção da arte com finalidade
poética e política.
As
oficinas contaram com a participação dos alunos da Unidade Escolar Filomena
Nunes, que se envolveram em jogos e exercícios de relaxamento e ativação dos
sentidos, desmecanização do corpo, aquecimento e educação da voz, cenas de
teatro imagem e teatro fórum.
Na
roda de conversa que encerrou a atividade, os presentes expressaram que a
oficina foi uma experiência de enriquecimento cultural cara cada um,
contribuindo com o direito de todos à expressão e ao movimento e à análise de
inúmeras situações de racismo sofridos pela população quilombola. Além disso,
os presentes destacaram o teatro como uma forma de socialização, alegria,
superação do medo de falar, e como um meio de desenvolvimento do trabalho
coletivo. Por fim, apontaram nunca tinham tido contato com teatro que não fosse
a encenação de histórias folclóricas, sugerindo que o ensino de artes na escola
poderia ser reforçado com o teatro do oprimido, com o qual se identificaram.
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